Café Brasil Premium 804 - Psicose de formação em massa

Data de publicação: 10/01/2022, 14:04

O termo Mass Formation Psychosis começa a ganhar espaço na sociedade. Do que se trata isso? Às vezes você tem a impressão que vivemos realidades paralelas? Encontra gente inteligente tomando atitudes inexplicáveis, não se conforma com a histeria e a gritaria por todo lado? Parece que a sociedade está em pânico? Bem, talvez seja um caso de psicose de massa. Fabricada.

Vamos nessa hoje. 

Bom dia, boa tarde, boa noite. Você está no Café Brasil e eu sou o Luciano Pires.

Posso entrar?

O Dr. Robert Malone, um dos principais contribuidores para a criação da vacina de RNA mensageiro, criticando a obrigatoriedade das vacinações em massa para a COVID-19, sugeriu ao podcaster Joe Rogan, que os Estados Unidos estão em meio a uma “psicose de formação em massa”.

Malone disse: “Nosso governo está fora de controle sobre isso. E eles são foras da lei. Eles desconsideram completamente a bioética. Eles ignoram completamente a regra comum federal. Eles quebraram todas as regras que eu conheço, nas quais fui treinado por anos e anos e anos”.

A entrevista do médico, que já havia sido cancelado no Twitter, causou barulho e o termo psicose de formação de massas ganhou evidência.

Mas do que se trata?

Bem, vou usar no episódio de hoje o texto “A fabricação de uma psicose em massa - a sanidade pode retornar a um mundo insano?” Esse texto na verdade é a transcrição de um vídeo publicado no canal da Academy Of Ideas no Youtube em Abril de 2021.  O link para o vídeo está no roteiro deste programa, no portalcafebrasil.com.br.

https://youtu.be/09maaUaRT4M

O objetivo da Academy Of Ideas é promover a difusão do conhecimento e da liberdade examinando as ideias apresentadas pelos maiores filósofos, psicólogos e economistas da humanidade. Conheça a Academia em https://academyofideas.com/

Recomendo que você ouça este episódio sentado...

O texto abre com uma citação de Gustav Le Bon, intelectual francês interessado em antropologia, psicologia, sociologia, medicina, invenção e física. Le Bon é mais conhecido por sua obra de 1895, The Crowd: A Study of the Popular Mind, que é considerada uma das obras seminais da psicologia da multidão. Le Bon diz assim:

“As massas nunca tiveram sede da verdade. Eles se afastam de evidências que não são do seu gosto, preferindo endeusar o erro, se o erro as seduzir. Quem quer que possa lhes fornecer ilusões é facilmente seu senhor; quem tenta destruir suas ilusões é sempre sua vítima.”

As doenças do corpo podem se espalhar por uma população e atingir proporções epidêmicas, mas o mesmo pode acontecer com as doenças da mente. E das epidemias da mente, a psicose em massa é a mais perigosa. Durante uma psicose em massa, a loucura se torna a norma na sociedade e as crenças ilusórias se espalham como uma epidemia. Mas, como os delírios podem assumir muitas formas e a loucura pode se manifestar de inúmeras maneiras, o jeito específico como uma psicose em massa se desdobra será diferente com base no contexto histórico e cultural da sociedade infectada. No passado, as psicoses em massa levaram à caça às bruxas e genocídios, mas na era moderna é a psicose em massa do totalitarismo que é a maior ameaça.

Arthur Versluis, professor e chefe do Departamento de Estudos Religiosos na Faculdade de Artes e Letras da Michigan State escreveu em As Novas Inquisições o seguinte:

“O totalitarismo é o fenômeno moderno do poder estatal centralizado total junto com a aniquilação dos direitos humanos individuais: no estado totalizado, existem aqueles que estão no poder, e existem as massas objetificadas, as vítimas.”

Em uma sociedade totalitária, a população é dividida em dois grupos, os governantes e os governados, e ambos passam por uma transformação patológica. Os governantes são elevados a um status quase divino, o que é diametralmente oposto à nossa natureza de seres imperfeitos, facilmente corrompidos pelo poder. As massas, por outro lado, são transformadas em sujeitos dependentes desses governantes patológicos e assumem um status regredido psicologicamente e infantil.

Hannah Arendt, uma das mais proeminentes estudiosas dessa forma de governo no século 20, chamou o totalitarismo de uma tentativa de transformação da “própria natureza humana”. Mas essa tentativa de transformação apenas transforma mentes sãs em mentes doentias, como escreveu o médico holandês Joost Meerloo, que estudou os efeitos mentais de viver sob o totalitarismo.

Os autores do vídeo usaram várias referências de Joost Merloo, que em 1933 começou a estudar os métodos pelos quais a pressão mental sistemática leva as pessoas à submissão abjeta, e pela qual os totalitários imprimem sua subjetiva "verdade" na mente de suas vítimas. Em seu livro The Rape of the Mind, ele escreveu assim:

“… Há, de fato, muito que é comparável entre as reações estranhas dos cidadãos do [totalitarismo] e de sua cultura como um todo, por um lado, e as reações dos… esquizofrênicos doentes, do outro”.

A transformação social que se desenvolve sob o totalitarismo é construída e sustentada por delírios. Pois apenas homens e mulheres iludidos regridem ao status infantil de súditos obedientes e submissos e entregam o controle total de suas vidas a políticos e burocratas. Apenas uma classe dominante iludida acreditará que possui o conhecimento, a sabedoria e a perspicácia para controlar completamente a sociedade de cima para baixo. E somente quando sob o feitiço de delírios alguém acreditaria que uma sociedade composta de governantes sedentos de poder, por um lado, e uma população psicologicamente regredida, por outro, levará a qualquer coisa que não seja sofrimento em massa e ruína social.

“Olá Luciano. Professor Rogério Coimbra de Sinop, Mato Grosso. Olha, não tem como não mandar essa mensagem pra você.

Acabei de ouvir o Cafezinho 446, falando sobre a Competência moral e a história desse pai junto com o filho que perdeu o jogo da NBA em Orlando e foi comunicado que tinha direito de um seguro por ter perdido o jogo.

Não tem como não te falar isso, a Ciça sabe, eu acabei mandando pra ela. Eu lhe enviei aqui de Sinop pra São Paulo, um boné do Mundo Agro Podcast, do qual eu sou host, faz parte da Rede Agrocast, você conhece muito bem. E nos cobraram      R$ 79,00 numa empresa brasileira que faz transporte de correspondências e encomendas. R$79,00.

Passados aí os dez, quinze dias pra chegar em São Paulo, comecei a receber mensagens dizendo que o endereço ao qual eu coloquei não existia, que é o endereço do seu escritório em São Paulo. Que está no Google. Que pelo Google Earth dá pra ver o endereço e o número na porta. Disseram por três vezes que não encontraram o endereço e que iriam devolver a encomenda.

Pois bem: devolveram a encomenda e não a levaram até a minha casa. Me mandaram, buscar na agência dessa empresa. Ao chegar nessa agência, a encomenda estava, simplesmente, destruída. A caixa rasgada, tudo amassado por dentro. Os adesivos, tudo que eu mandei estava destruído.

E pasmem: a atendente dessa empresa, a qual eu acredito que não tenha culpa disso, me disse que a culpa da encomenda estar da forma que estava era minha, por ter colocado uma caixa de papelão muito frágil e não ter protegido por dentro.

Pois bem: talvez eu tivesse que ter colocado uma embalagem de madeira pra proteger um boné dentro de uma caixa. E ao perguntar se eu seria ressarcido ao menos dos R$79,00 de envio, me disseram que eu teria que fazer uma solicitação.

Pois bem, com toda paciência que nós temos, eu fiz a solicitação e o sistema e a sua ouvidoria responderam que a encomenda tinha sido devolvida porque o endereço não existia. Ou seja, não há responsabilidade moral nenhuma no Brasil, por grande parte das empresas, nem todas, quanto ao consumidor.

Um valor absurdo de frete, um serviço totalmente desregulado e provavelmente, não entregaram isso aí no seu escritório, porque eles já haviam destruído a caixa no envio e então não quiseram entregar pra que não constasse o problema.

Simplesmente uma pena e talvez essa consciência, que nós dissemos ser consciência moral, é uma questão cultural e de respeito, né?

O Brasil, infelizmente, perdeu o respeito pelo consumidor. O que vale é o dinheiro, agora, o serviço que fique para segundo plano. Ainda bem que isso não ocorre com todas as empresas, né?

Nós temos o dever de educar nossos filhos pra que esse futuro seja melhor.

Luciano, muito obrigado, continue sempre fazendo esse belo trabalho, um forte abraço do Professor Rogério Coimbra aqui de Sinop. Até mais.”

Grande Rogério Coimbra de Sinop! Rarararara... olha, sabe o que acontece com o meu endereço? A numeração da rua é irregular, não está numa ordem crescente. Se a pessoa não prestar atenção, é duro de achar. Mas o Correio entrega direto aqui, pois já conhece as manhas da rua. O que aconteceu com você foi o azar de cair nas mãos de um entregador sem paciência nem interesse de verificar com cuidado. O restante do problema é apenas uma constatação do amadorismo e falta de respeito que são marcas aqui no Brasil. E viva as exceções!!! Grande abraço e vida longa ao podcast!

 

Mas afinal de contas, o que desencadeia a psicose do totalitarismo? A psicose de massa do totalitarismo começa na classe dominante de uma sociedade. Os indivíduos que compõem essa classe, sejam eles políticos, burocratas ou capitalistas camaradas, são muito propensos a delírios que aumentam seu poder, e nenhum delírio é mais atraente para os famintos por poder do que a ilusão de que eles podem e devem controlar e dominar uma sociedade. Quando uma elite dominante é possuída por uma ideologia política desse tipo, seja ela comunismo, fascismo ou tecnocracia, o próximo passo é induzir uma população a aceitar seu governo, infectando-a com a psicose de massa do totalitarismo.

Esta psicose foi induzida muitas vezes ao longo da história, e como Meerloo explica: “É simplesmente uma questão de reorganizar e manipular os sentimentos coletivos da maneira adequada.”

O método geral pelo qual os membros de uma elite governante podem alcançar esse objetivo é chamado de menticídio:"uma morte da mente". Joost Meerloo explica ainda:

“O menticídio é um crime antigo contra a mente e o espírito humanos, mas sistematizado de novo. É um sistema organizado de intervenção psicológica e perversão judicial por meio do qual uma classe dominante pode imprimir seus próprios pensamentos oportunistas nas mentes daqueles que planejam usar e destruir ”.

Preparar uma população para o crime de menticídio começa com a semeadura do medo. Pois, quando um indivíduo é inundado por emoções negativas, como medo ou ansiedade, fica muito suscetível aos delírios da loucura. Ameaças reais, imaginárias ou fabricadas podem ser usadas para semear o medo, mas uma técnica particularmente eficaz é usar ondas de terror. Sob essa técnica, a semeadura do medo é intercalada com períodos de calma, que é seguido pela fabricação de uma onda de medo ainda mais intensa, e o processo continua, ou como escreve Joost Meerloo:

“Cada onda de terror. . . após uma pausa para respiração, cria seus efeitos com mais facilidade do que a anterior, porque as pessoas ainda estão perturbadas por suas experiências anteriores. A moralidade torna-se cada vez mais baixa e os efeitos psicológicos de cada nova campanha de propaganda tornam-se mais fortes; chega a um público já anestesiado.”

Enquanto o medo prepara uma população para o menticídio, o uso da propaganda para espalhar desinformação e promover confusão a respeito da fonte das ameaças e da natureza da crise ajuda a desmembrar as massas.

Funcionários do governo, e seus lacaios na mídia, podem usar relatos contraditórios, informações sem sentido e até mesmo mentiras gritantes, pois quanto mais eles confundem, menos capaz será a população de enfrentar a crise e diminuir seu medo, de forma racional e de maneira adaptativa.

A confusão, em outras palavras, aumenta a vulnerabilidade para uma queda nas ilusões do totalitarismo.

Ou como explica Meerloo: “A lógica pode ser encontrada com a lógica, enquanto a ilógica não - ela confunde aqueles que pensam direito. A Grande Mentira e as bobagens repetidas monotonamente têm mais apelo emocional ... do que lógica e razão. Enquanto [as pessoas] ainda estão procurando um contra-argumento razoável para a primeira mentira, os totalitários podem atacá-las com outra. ”

Nunca antes na história existiram meios tão eficazes para manipular uma sociedade até a psicose do totalitarismo. Smart phones e mídias sociais, televisão e internet, todos em conjunto com algoritmos que rapidamente censuram o fluxo de informações indesejadas, permitem que aqueles que estão no poder agridam facilmente as mentes das massas. Além do mais, a natureza viciante dessas tecnologias significa que muitas pessoas se sujeitam voluntariamente à propaganda da elite governante com uma frequência notável. Merloo também explica:

“A tecnologia moderna ensina o homem a aceitar o mundo para o qual está olhando; ele não tem tempo para recuar e refletir. A tecnologia o atrai, deixando-o cair em suas rodas e movimentos. Sem descanso, sem meditação, sem reflexão, sem conversa - os sentidos estão continuamente sobrecarregados com estímulos. O homem não aprende mais a questionar seu mundo; a tela oferece a ele respostas prontas ”.

Mas há mais um passo que os pretensos governantes totalitários podem dar para aumentar a chance de uma psicose totalitária: isolar as vítimas e interromper as interações sociais normais. Quando está sozinho e sem interações normais com amigos, família e colegas de trabalho, um indivíduo se torna muito mais suscetível a delírios por vários motivos.

Em primeiro lugar, ele perde contato com a força corretiva do exemplo positivo. Pois nem todo mundo é enganado pelas maquinações da elite dominante e os indivíduos que veem através da propaganda, podem ajudar a libertar outros do ataque menticida. Se, no entanto, o isolamento for imposto, o poder desses exemplos positivos diminuirá muito.

Outra razão pela qual o isolamento aumenta a eficácia do menticídio é porque, como muitas outras espécies, os seres humanos são mais facilmente condicionados a novos padrões de pensamento e comportamento quando isolados, ou como Meerloo explica no que diz respeito ao trabalho do fisiologista Ivan Pavlov sobre condicionamento comportamental:

“Pavlov fez outra descoberta significativa: o reflexo condicionado poderia ser desenvolvido mais facilmente em um laboratório silencioso com um mínimo de estímulos perturbadores. Todo treinador de animais sabe disso por experiência própria; o isolamento e a paciente repetição de estímulos são necessários para domar animais selvagens. . .  Os totalitários seguiram esta regra. Eles sabem que podem condicionar suas vítimas políticas mais rapidamente se forem mantidas em isolamento ”.

Sozinha, confusa e golpeada por ondas de terror, uma população sob um ataque de menticídio desce a um estado de desesperança e vulnerabilidade. O fluxo interminável de propaganda transforma mentes antes capazes de pensamento racional, em teatros de forças irracionais. Com o caos girando em torno delas, e dentro delas, as massas anseiam por um retorno a um mundo mais organizado.

Os pretensos totalitários podem agora dar o passo decisivo, podem oferecer uma saída e um retorno à ordem em um mundo que parece estar se movendo rapidamente na direção oposta. Mas tudo isso tem um preço: as massas devem desistir de sua liberdade e ceder o controle de todos os aspectos da vida à elite dominante. Devem renunciar à sua capacidade de serem indivíduos autossuficientes responsáveis por suas próprias vidas e tornar-se súditos submissos e obedientes.

Nas palavras de Meerloo:

“O totalitarismo é a fuga do homem das terríveis realidades da vida para o útero virtual dos líderes. As ações do indivíduo são dirigidas a partir deste útero - do santuário interno. . .o homem não precisa mais assumir a responsabilidade por sua própria vida. A ordem e a lógica do mundo pré-natal reinam. Há paz e silêncio, a paz da submissão total. ”

Mas a ordem de um mundo totalitário é uma ordem patológica. Ao impor uma conformidade estrita e exigir uma obediência cega dos cidadãos, o totalitarismo elimina do mundo a espontaneidade que produz muitas das alegrias da vida e da criatividade que impulsiona a sociedade. O controle total dessa forma de governo, seja qual for o nome dado a ele, seja governado por cientistas e médicos, políticos e burocratas ou um ditador, gera estagnação, destruição e morte em grande escala. E então talvez a questão mais importante que o mundo enfrenta seja: como o totalitarismo pode ser evitado? E se uma sociedade foi induzida aos estágios iniciais dessa psicose em massa, os efeitos podem ser revertidos?

Embora nunca se possa ter certeza do prognóstico de uma loucura coletiva, existem medidas que podem ser tomadas para ajudar a efetuar a cura. Essa tarefa, no entanto, requer muitas abordagens diferentes, de muitas pessoas diferentes. Pois, assim como o ataque menticida é multifacetado, o contra-ataque também deve ser.

De acordo com Carl Jung, para aqueles de nós que desejam ajudar a devolver a sanidade a um mundo insano, o primeiro passo é colocar ordem em nossas próprias mentes e viver de uma forma que forneça inspiração para outros seguirem. Jung disse:

“Não é à toa que nossa época clama pela personalidade redentora, por aquele que pode se emancipar das garras do coletivo [psicose] e salvar pelo menos a própria alma, que ilumina um farol de esperança para os outros, proclamando que aqui está pelo menos um homem que conseguiu se libertar da identidade fatal com a psique do grupo.”

Mas, supondo que se esteja vivendo de uma maneira livre das garras da psicose, há outros passos que podem ser dados.

Em primeiro lugar, as informações que vão contra a propaganda devem ser difundidas o mais longe e mais amplamente possível. Pois a verdade é mais poderosa do que a ficção e as falsidades vendidas pelos pretensos governantes totalitários e, portanto, seu sucesso, dependem em parte de sua capacidade de censurar o livre fluxo de informações.

Outra tática é usar o humor e o ridículo para deslegitimar a elite governante ou como Meerloo explica: “Devemos aprender a tratar o demagogo e os aspirantes a ditadores em nosso meio. . .com a arma do ridículo. O próprio demagogo é quase incapaz de qualquer tipo de humor, e se o tratarmos com humor, ele começará a colapsar.”

Uma tática recomendada por Vaclav Havel, um dissidente político sob o regime comunista soviético que mais tarde se tornou presidente da Tchecoslováquia, é a construção do que chamamos de “estruturas paralelas”. Ou “polis paralela”.

Aqui um pitaco meu: para Vaclav Havel, os governos comunistas eram notórios por mentiras, o que levava à "hipernormalização", isto é, todo mundo sabia que tudo era mentira, mas agiam como se não fosse. Por isso ele estava empenhado nas estruturas que possibilitassem “viver a verdade.”

Uma estrutura paralela é qualquer forma de organização, negócio, instituição, tecnologia ou busca criativa que existe fisicamente dentro de uma sociedade totalitária, mas moralmente fora dela.

O exemplo mais óbvio que me vêm à mente no momento são as criptomoedas.

Na Tchecoslováquia comunista, Havel observou que essas estruturas paralelas eram mais eficazes no combate ao totalitarismo do que na ação política. Além disso, quando estruturas paralelas suficientes são criadas, uma “segunda cultura” ou “sociedade paralela” espontaneamente se forma e funciona como um enclave de liberdade e sanidade dentro de um mundo totalitário.

Ou, como Havel explica em seu livro O Poder dos Impotentes: “O que mais são estruturas paralelas do que uma área onde uma vida diferente pode ser vivida, uma vida que está em harmonia com seus próprios objetivos e que por sua vez se estrutura em harmonia com esses objetivos? . . .O que mais são essas tentativas iniciais de auto-organização social do que os esforços de uma certa parte da sociedade ... para se livrar dos aspectos autossustentáveis do totalitarismo e, assim, se livrar radicalmente de seu envolvimento no ... sistema totalitário? ”

Mas, acima de tudo, o que é necessário para evitar uma queda total na loucura do totalitarismo é a ação do maior número possível de pessoas. Pois assim como a elite dominante não se senta passivamente, mas toma medidas deliberadas para aumentar seu poder, também um esforço ativo e combinado deve ser feito para mover o mundo de volta na direção da liberdade.

Muito bem... continua sentado aí ou já caiu da cadeira? Achou que o texto do programa é parecido com o que está acontecendo no mundo? Pois é. E não é coincidência, viu?

Em seu livro 1984, George Orwell descreve uma sociedade muito parecida com tudo que foi dito neste programa. A diferença é que agora temos tecnologia para particular a manipulação em níveis que eram impensáveis alguns anos atrás. Os algoritmos conhecem você melhor que você mesmo. E processos estão sendo implementados para controlar cada passo que você der.

O pessoal da Academy of Ideas diz assim: “Algumas pessoas disseram que o dinheiro governa o mundo, alguns dizem que os políticos, alguns dizem que as armas - estão todos errados. A verdade é que as ideias governam o mundo, sempre governaram e sempre o farão. São as ideias que irão, para melhor ou para pior, moldar o destino da humanidade.”

E ideias, são coisas que muitos lutam para colocar na sua cabeça. Mas ainda tem otário achando que isso é coisa de ficção científica...

Acorde. C.S.Lewis escreveu uma frase que resume o que acontece com você que aponta dedos e acusa os outros de negacionistas:

"Quando o mundo inteiro está correndo em direção a um penhasco, aquele que está correndo na direção oposta parece ter perdido a cabeça."

Não é assim? Agora tome uma água, respire fundo e ouça este episódio novamente.

https://www.youtube.com/watch?v=DwHs8wVqw-A

É assim então, ao som de Simone com Liberdade, Liberdade Abre as asas sobre nós e  O que ser´pa o amanhã, que vamos saindo pensativos...

O Café Brasil é produzido por quatro pessoas. Eu, Luciano Pires, na direção e apresentação, Lalá Moreira na técnica, Ciça Camargo na produção e, é claro, você aí ó, completando o ciclo.

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Para terminar, uma frase do filósofo e teórico político Thomas Paine observou:

“A tirania, como o inferno, não é facilmente derrotada; no entanto, temos este consolo conosco, que quanto mais difícil o conflito, mais glorioso o triunfo.”

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